quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Como é difícil perdoar e ser perdoado


Por HP

Pedro perguntou ao Senhor quantas vezes deveria perdoar o seu irmão. Jesus respondeu “setenta vezes sete”.

Jesus então propôs uma parábola, sobre um servo que devia ao seu senhor dez mil talentos. Como o servo não tinha como pagar, foi proposto que o servo, sua família e tudo o que tinham fossem então vendidos para que a dívida fosse paga.

O servo se prostrou e rogou por clemência, alcançando piedade do seu Senhor que perdoou-lhe a dívida.

Este mesmo servo logo após sair perdoado da grande dívida, saiu e encontrou com um amigo que lhe devia 100 dinheiros. Imediatamente cobrou pesadamente a dívida deste amigo. O amigo por sua vez rogou por clemência, mas não foi atendido. O servo que teve a dívida perdoada de 10 mil talentos perdoada pelo seu senhor, não perdoou uma dívida de 100 dinheiros de seu amigo, acabando por o lançar na prisão.

O senhor que havia perdoado os 10 mil talentos ficou sabendo da história. Logo chamou ao servo que perdoara a dívida e disse-lhe: “Você deveria ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti!”. E indignado o entregou aos atormentadores até que pagasse tudo o que devia.

O Senhor terminou a parábola dizendo: “Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoares, cada um a seu irmão, as suas ofensas”.

Parte relatada em Mateus 18:21-35.

Por vezes não atentamos aos detalhes. Sabemos que houve uma dívida de 10.000 talentos perdoada e uma dívida de 100 dinheiros não perdoada.

Para efeito de comparação da dívida, na época de Cristo, as taxas anuais recolhidas na Galiléia e Peréia era de cerca de 200 talentos. Na Palestina inteira, a renda anual não passava de 1000 talentosJúlio César, imperador de Roma deu como dote no casamento da filha 100 talentos de ouroUm talento na época do Novo Testamento pesava 58.9 quilos.

Matematicamente falando, esse servo devia 10 mil talentos, ou 589 toneladas. Se fosse de ouro, na cotação de hoje (1g = R$ 103), a dívida seria de cerca de 60 bilhões de reais! Se fosse de prata, a dívida seria menor, mas mesmo assim impagável para um servo (1 bilhão de reais).

Já 100 dinheiros, seria uma dívida de 100 dias de trabalho por um trabalhador comum ou 32 gramas de ouro. Atualmente daria 3300 reais se fosse em ouro, ou 55 reais se fosse em prata!

No pedido de clemência, esse servo disse que pagaria tudo (cf verso 29). Isso seria tão impossível, que ele com salário de um servo (portanto um dinheiro), levaria cerca de 1.8 bilhões de dias para pagar a dívida em ouro, ou quase 5 Milhões de anos trabalhando sem parar!!!

Mesmo assim o seu senhor PERDOOU a dívida!

Tínhamos esta mesma dívida com Deus! Pelo sacrifício de Cristo recebemos o perdão dela. Uma dívida que seria impagável para nós, foi paga por Cristo na cruz!

Portanto perdoemos nossos irmãos e todos aqueles que nos aborrecem. Perdoemos de coração, não lembrando mais do que aconteceu. É terrível para o homem conseguir alcançar isso, mas precisamos perdoar.

Se não perdoarmos de coração e ficarmos lembrando das dívidas daqueles que nos cercam, faremos como este servo que não perdoou seu amigo uma dívida pequena. Cristo nos advertiu no final que temos que aprender como perdoar outros do íntimo, ou seremos banidos da face de Deus para sempre!

Como encontrei num blog:

“Quem perdoa não perde a memória, mas desiste do direito de acusar ou de reter a memória como raiva ou crédito...Por isto o perdão é um ato de fé e não de emoção.Somente pela fé que antes olha para o próprio perdão que se recebe de Deus todos os dias..., é que alguém pode praticar o perdão como decisão de graça e como privilégio...Se perdoar não se tornar um privilégio..., creia: ninguém perdoa.Somente quem diz de verdade “é meu privilégio perdoar”... é que de fato perdoa de modo perdoado mesmo...Mas enquanto perdoar é um fardo e uma obrigação, todo perdão será apenas sacrifício...”

Lembremos da oração nos ensinada pelo Senhor: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores" (Mt 6:12).

Na paz que Cristo nos concedeu.


Extraído do blog do Irlandês

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